Dias velhos.
Os espelhos,
Os reflexos,
A saudade,
Os dias velhos.
Sentado no banco,
A praça continua
O muro ainda branco,
Ao brilho da lua.
Eu olho para o rio,
O reflexo me viu,
A noite viril,
O sonho sumiu.
Engraçado a vida,
Por mais bela
Ainda suicida,
Jogada em cela.
De tudo o que houve
A bagagem eu trouxe
Por tudo o que vivi,
Ainda estou aqui.
Não fujo da decadência,
Mas tomo consciência
De que a decência,
Não nasce da demência.
Vivo dias puros,
Vivo-os com o coração
Passos largos no escuro,
Guio-me como um cão.