" A TUA MÃO MAIS ATREVIDA "
Revirando as páginas da vida,
Bilhetes, cartas,
Souvenirs avariados,
E na gaveta bem guardado,
Um poema intitulado:"A tua mão mais atrevida".
A década era 40,
A película de amor,
No escurinho do cinema,
Entre uma e outra cena,
Nasceu ali,
Nosso poema.
Era muita repressão,
Avançar, nada podia,
Com liberdade vigiada,
O casal apaixonado,
Não passava do portão,
Namorar?Só pegar na mão.
Nas famílias conservadoras,
O pudor vinha primeiro,
Carícias era luxúria,
Beijar, pouca vergonha,
Pra moça ficar falada,
Bastava que o moço tocasse o seu joelho.
E foi assim que aconteceu,
Entre tertúlias e matinês,
Ou sessões de filmes apaixonados,
Queimando feito um vulcão,
Com os hormônios fervilhando,
Avancei o sinal,
Não resisti a tentação.
Se sentindo deshonrada,
Pôs fim no seu dilema,
A moça, o nosso amor abreviou,
Me deu um ultimato,
Entre nós tudo acabou,
O motivo você sabe,
Se quiser saber detalhes,
Digo mais neste poema.