O SILÊNCIO TAMBÉM ESCREVE
Clara da Costa
Pensamentos jogados pelas nuvens,
palavras caídas, desamparadas
a letra voou,
versos pelo caminho atirados,
tremendo de silêncios e feridas.
Uma alma solitária,
que mergulha sem medo no tempo,
que valsa no vento,
peregrina na solidão,
como a folha perdida no outono,
A poesia abandonada pelo caminho,
sem rumo,
sem rima,
muda,
triste,
confundida
tentando curar as feridas da alma e do coração.
A saudade fere,
mas o silêncio também escreve...
Enquanto a distância morre calada,
a outra parte se parte
...tudo é só saudade.
Não quero chorar
apenas cantarolar
suspirando detalhes
e murmurando baixinho:
"Não te vejo, tenho saudade
...e você não vem,
não vem!"