INCONFORMADA

Sou da noite a agonia

Sem esperança de aurora

Tristeza tecida em insones noites

Saudade degustada em salgadas gotas

Sou o amor confessado,declarado

Num dia de amor quase inocente

cromossomos de diferentes classificações

armadilha como canto de sereia,se fundiram

Resulta naquela carinha de anjo,inconfundível

Não devia ter crescido,nem ter asas criado

Devias ter ficado no mesmo ninho,no aconchego

Toda ave que esquece o velho ninho

Enganando-se com ninhos rotos de outros galhos

Faz do tempo companheiro pra esquecer quem o teceu

Raminho por raminho pra fazer mais fofo seu leito.

Todo o encanto e riqueza das flores que aí colhes

São só ilusão, uma trava,talvez em teus olhos

Turvam tua visão,fica tudo embaçado

Como vultos vês homens caminhando

Ou os compara com árvores,como na Bíblia assim está

Só voltarás a enxergar e verás a tolice que deste valor

Quando poderá ser tarde demais

Pois tisteza em demasia,vira doença incurável

Minando forças,sugando a seiva que faz renascer

Nada mais tem jeito se não mata essa saudade no peito