No Chão de Estrelas...
Andei eu madrugada adentro
A escutar a ventania forte lá fora
E nuvens passavam ligeiras!
Dissipavam-se...
E antes que fossem elas embora
Segurei-me, então, no "cavalo branquinho"
Que por mim, ao longe, passava!
E numa outra... com a forma de um véu
E cobri-me os olhos meus e os cabelos meus
E libertei-me em pensamentos de amores e saudades...
Pedi ajuda à lua branquinha
Para desprender-me uns versos seus...
Pedi que a ventania soprasse, então
O meu "cavalinho de algodão"...
E fui... até onde quis eu ir...
Fui até os amores eternos meus
E apeei o meu "cavalinho"...
E prendi-o nas janelas dos sonhos
E volátil rompi paredes
E cheirei-os, beijei-os, abracei-os
Velei-os em seu sono de anjos
Deixei com eles um sopro de bênçãos
De todas as minhas preces.
E acampei dois anjinhos de nuvens
Que encontrei pelo caminho!
Dois anjinhos gordinhos... branquinhos... risonhos!
E voltei pelo caminho a contar estrelas...
E os olhos meus eram duas estrelas!
Da luz que trouxe eu de lá!
Da luz dos olhos dos amores meus...
Eternos... eternos... eternos.
Guardei-as numa caixinha de música - as duas estrelas!
E as nuvens... são brinquedinhos dos anjos...
E apenas assim... pude eu dormir em paz.
Hoje eu amanheci com duas verrugas nos dedinhos meninos...
Já sei! ... Foi das estrelas tantas que eu contei...
Karla Mello
30 de Agosto de 2012