FLOR AZUL
Para meu amigo-irmão, poeta ímpar, Capiau da Roça
Era uma flor azul
e eu não a colhi
nunca a colhi
no tempo de me colher.
Um dia veio um Poeta
que escolhi para meu irmão
veio amar a casa velha
que um dia demoliram
e que ele reinventou
inclusive com o jardim
onde pude rever
a flor azul
que lá viveu
que ali me viveu
no que eu não fui
mas no que em mim, de mim
sem nunca eu ter-me acontecido
me aconteci
me aconteceu.
Nota. Amigos, Capiau da Roça, grande poeta, que eu escolhi, ou melhor, nós nos escolhemos como irmãos, (como se fôramos nascidos, efetivamente, do mesmo pai e da mesma mãe), publicou este poema como poema autônomo, na sua página, poema que foi comentário meu ao seu texto. Quem não o conhece, a este meu poeta-irmão, vá conhecer sua poesia e também sua escrita em prosa. São todas pedras preciosas.
Ainda na noite de 23 de agosto de 2012