Morte Triunfante

Enfim te vejo em serena palidez,

Os olhos revoltos em desesperos,

Perderam-se as cores de placidez,

A roer-te até os brancos cabelos!

Agora tua fronte assim frígida

Tem as rugas da tua mortandade,

A beleza cadavérica e tão lívida

Dos suspiros mortais da fatalidade

Agora nesta tumba esquecida,

Teu gélido corpo apenas apodrece,

Quando o dia em sua luz aquecida

A tua alma morta lhe traz uma prece!

E essas tuas mãos rastejam rentes,

A mortalha que te cobre em luz,

Serpeiam nas trevas como serpentes

Que se enroscam a tua maldita cruz

Mas teu evangelho fora a lascívia,

Deitada em sua sepultura profunda,

A flor roxa que se desbota tão nívea

Umedece essa tua fronte imunda!

Sete palmos abaixo desta tua terra,

Enforquei teu espírito tão debilitante,

Aos féretros do caixão tudo encerra,

Pois a morte será sempre triunfante!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 22/08/2012
Código do texto: T3842654
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