Perdido no Vazio

Aqui, as vésperas do passado e de

frente para o futuro defronto-me com

o que me resta das arestas da saudade

que me corrói.

Feridas e chagas abertas, curas de nada

valia não havia mais tempo de criação.

O tempo não espera é tufão, devasta vida

sonhos e ilusões; ao atar-me ao presente,

coloco vendas para não ver as brechas, as

lacunas que me cercam nas quais estou a

ponto de cair.

O eu-lírico desaba, nas fagulhas, encontra

sorrisos mais todos perdidos, sem sentido

preciso para resguardar o passado, e acolher

o futuro.

Sem presente vivendo o hoje, trilho caminhos

que do lugar nenhum me levam aos labirintos

sem saber se foi ontem, ou se será hoje,

perdido, absolutamente sozinho, em meio a

multidão, continuo no vazio.

Arthur Luz
Enviado por Arthur Luz em 12/08/2012
Reeditado em 09/09/2012
Código do texto: T3826046
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