Verdadeiramente Feliz

Olhando para o meu passado, sinto-me na obrigação de agradecer a Deus por tudo que eu vivi. Não que meu presente seja ruim, mas minha infância foi simplesmente fodástica.

Tava aqui vendo uns vídeos e segurando as lágrimas para fingir ser forte, até que meu castelo desabou e corri pros braços da minha mãe pedindo um abraço... Não tem lugar melhor para chorar, ela afagando minhas costas e rindo da situação...

São nesses momentos que penso em ter um filho, pra proporcionar a ele tudo que eu vivi... Mas será que é possível, nessa geração tecnológica fazer uma criança viver tudo o que eu tive o privilégio de viver?

Nada contra tecnologia, pelo contrário, eu amo, trabalho com isso... E cresci junto o com desenvolvimento dela, por isso acho que a minha geração tem sorte, vive numa era de virtual sem perder a essência do real (bem, tem alguns que ainda se perdem nessa transição e confundem um pouco as coisas).

Agora me fale, essa molecada sabe o que é brincar na rua de esconde-esconde? Ou o quão difícil é manter um bichinho virtual vivo? Ou ainda brincar de policia e ladrão(sem possuir arma nas mãos)

Não, não sabem.

Como também não sabem o que é comprar salgadinho ou batata frita só por causa do tazo Animaniacs de 4 pontos (arma e voa... Aqueles tridimensionais também eram legais), ou gastar uma grana comprando aquele guaraná antártica caçulinha só pra achar o Pikachu(fiz muito isso e acredite, não foi fácil encontra-lo).

Não sabem o que é soprar fica ou bater no Super Nintendo pra fazer aquela coisa funcionar direito.

Nunca saberão como é emocionante realizar o “UH MO BU GAI FEI DI TAL” sem errar os movimentos, tá isso admito não saber também, nunca aprendi essa paradinha. Na verdade, nem sei se está escrito corretamente... Mas o tio Chan sabe.

Nunca tomarão banho sem cantar a musica da turminha da Monica ou sem pensar no “fazedor de xixi”... E por lembrar do Ra-Tim-Bum, saudade de sentar correndo no sofá de pernas cruzadas para ouvir histórias. Ou de ouvir as explicações do Marcelo Taz, até “porque... sim, não é resposta”.

Tudo isso me recorda momentos bons, onde minha maior responsabilidade era manter as lições da escola respondidas e organizadas nos meus dois classificadores, amarelo e rosa, antes de arrumar meus brinquedos para assim, poder assistir carrossel.

Há pouco estava falando com minha mãe sobre coisas da infância e ela disse que vai voltar a comprar Tandy de morango, mas que tem medo que eu volte a comer escondido enquanto durmo (o que não faz nenhum sentido, eu sempre assumir que comia e se fosse esconder, bem, ai eu comeria durante o banho, hehehe), enfim, sugeri que ela comprasse aquela azul que vem com brilhinho... Ela me perguntou, “que brilhinho?” Francamente... Em que mundo ela vive?

Depois dessa gafe da minha mãe, preciso parar de escrever e tomar minha arrozina que é pra menino e pra menina... O melhor alimento é arrozina... Ai alguém viu meu chapéu de soldado?

Essa só os fortes vão entender ;D