SAUDADE PLENA

A saudade é Poliglota, ela é expressada em cada região longínqua da vida, em cada época, em cada ser. Ela fala a linguagem da alma, do pensamento e do coração, achamos que é irreconhecível e que doi porque marca o que passou e fere o que ainda não chegou, ela anuncia e mostra, é plena em amor e em desafetos, se traz felicidade gostamos dela, mas quando anuncia tristeza ela machuca e a dor consome, por isso que dizem: saudade tem tamanho, cor e gôsto, quem a representa bem são os olhos, o espelho da alma, porque seu reflexo é nítido nessa luz que explica um fiel pensamento e sabe dizer adeus e te amo em muitas línguas, todavia sabe prender à atenção ao simples movimento das pupilas quando olha luz igual, ou se está perdida no infinito, a saudade é um grito ou um eco que se escuta, é um vulto igual cometa que deslumbra, é um querer mais que bem querer, é ter e não poder segurar, é um tempo que passa rápido, uma ânsia, vontade de alcançar a distância, experiência que o cientista ainda, ou nunca vai conseguir desvendar, é mistério ou clero sem ordem, é perfeição de uma rara emoção que o sentimento não consegue duvidar, se faz única, exclusiva, singular, é de uma capacidade latente, palpita, enxerga longe, no cunho de uma rosa ou nas palavras sábias de um soberano Deus a nos presentear, incitação extrema de sonhos, desejos, alcançados ou perdidos, enfim, ela é um mundo que gira em torno do nosso ser, uma fênix que vai sempre renascer, uma força de sinônimos, significados e significância, mostra-se intensa no peito quando faz as curvas do privilegiado Português. SAUDADE é um sinal vital com denominação poliglota, e por que não dizer, Plena!

26/07/2012.

poesia registrada

Esperança Castro
Enviado por Esperança Castro em 26/07/2012
Código do texto: T3798754
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