SOZINHOS

Pinturas da vida

Nas telas do tempo

Aquarela invadindo sentimentos

Quadro de doces quimeras

Em figuras de papel machê

Recorto e colo meus ais pelas paredes

Frias do nosso quarto

Sentada na cadeira de balanço

Posso ouvir o som das ondas

De encontro as pedras

Este som que outrora encantava-me

Hoje são pancadas secas de saudades

Fecho os olhos... Sinto a brisa na pele...

Apesar de estar só

Ouço teus passos na varanda

Tua presença ainda é forte

Teu perfume ronda o ar

Não queria que me ouvisses chamar teu nome

Chorar a tua falta... A falta de nós dois...

É dolorido ver os versos da poesia

Mergulhados na dor da ausência

Perdidos na solidão dos caminhos

Retratando hoje... Nossos momentos... Sozinhos!...

(Cida Vieira)