RELICÁRIO
Por Carlos Sena
O que marca um ser humano?
Um carro, um sarro, um corte de pano?
O que marca um ser humano?
Um entardecer ao vento
Por Carlos Sena
O que marca um ser humano?
Um carro, um sarro, um corte de pano?
O que marca um ser humano?
Um entardecer ao vento
Longes palavras doces de encantamento...
Um gesto no rosto,
Cheiro de terra molhada
Sótão das intimidades não consentidas,
Aventuras paridas
Gafanhotos atônitos com medo da ventania...
Luz do poste na noite negra de inverno
Pulôveres cheirando a guardado sem terno
Roupas no coradouro secando nódoas de sexo
Vida sem tempo
Tempo sem nexo...
Na boca um gosto de solidão
Nas mãos um adeus contido sem final
Dezembros sem flamboyants
Queijo sem reino no inventário das horas...
Relicário da vida que se perde em cada ano...
O que marca um ser humano?
Um carro, um sarro, um corte de pano?
Um gesto no rosto,
Cheiro de terra molhada
Sótão das intimidades não consentidas,
Aventuras paridas
Gafanhotos atônitos com medo da ventania...
Luz do poste na noite negra de inverno
Pulôveres cheirando a guardado sem terno
Roupas no coradouro secando nódoas de sexo
Vida sem tempo
Tempo sem nexo...
Na boca um gosto de solidão
Nas mãos um adeus contido sem final
Dezembros sem flamboyants
Queijo sem reino no inventário das horas...
Relicário da vida que se perde em cada ano...
O que marca um ser humano?
Um carro, um sarro, um corte de pano?