UM NEGRO VÉU

Era seu nome, o nome da magia,
foi um voto, um voto que elegia,
que o mais feliz do mundo, me elegeu...
Aquela, que em meu sonho, tanto queria,
que foi a musa, de minha romãntica poesia,
numa silenciosa tarde de chuva, morreu...

Findou aquela era,
morreu a primavera...
Lembranças de um dia...

Em nosso quintal, sobre a árvore de carvalho,
já não sinto o frio, nem percebo o orvalho,
depois que para sempre, daqui partiu...
Hoje, quando em noites tristes me dopo,
nos bares, parece que vejo seu rosto no copo,
foi embora meu mundo, que não mais existiu...

Toda uma história,
gravada na memória,
a lembrança não partiu...

Se sua alma, foi para um mundo de luzes,
deixou meu viver num deserto de cruzes,
agora vivendo, sobre a proteção do céu...
Onde, tantas vezes, procuro te encontrar,
em noites escuras, ou sobre ondas do mar,
mas a morte deixou entre nós, um negro véu...

Corpo morto, pelos mundos...
Poeta? Nem por segundos...
A natureza, foi infiel...




GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/07/2012
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