O NORDESTE... CHORA.

Oh! Que saudade da "Asa Branca"

Na voz, agreste, o rei do baião

Cantando o hino do nordestino

Êxodo sofrido do seu sertão.

Oh! Que saudade do velho Lua

Que fez o eco soar em seu torrão

E deixou de se gravada a lembrança

Que ainda farão muitos pés arrastar ao chão

Oh! Que saudade! O pranto a correr em fio

Pelas águas, perenes, do nordeste; Os rios

Pelo rei do baião e das toadas

Boiadeiro dos vaqueiros do sertão.

Oh! Que saudade! Irã surgir nas noites,

De junho, em que ao som do baião

As quadrilhas dançarão com alegria

Ao ritmo nostálgico de Gonzagão.

O nordeste, chora, o teu país

Pela perda de um rei qual fortes tu

Sente o povo; chora o sertão por Exu

As lagrimas chorosas da triste partida.

Pois, seu canto é lição de amor, é vida

Nas tristezas, tua terra, na alegria

Na tradição mística, sua poesias

Na recordação das terras onde passou.

E as toadas penosas em "Vozes da Seca"

Da "Triste Partida" da "Asa Branca"

Seguindo roteiro para outra estação

Deixando sua terra, amada, o sertão.

Melancólica alegria da despedida

Tal qual ele cantara "triste Partida"

Uma épica, penosa, desta terra sofrida

Que é alegria, sendo paz e que é vida.

Adeus Luiz, diz o nordeste...

Ao vaqueiro de chapéu branco, o gibão

Sei que irás com sua sanfona branca

Cantar aos brasileiros saudosos d’outra estação…

Poema em comemoração aos cem anos de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

Fortunato
Enviado por Fortunato em 02/07/2012
Reeditado em 18/06/2021
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