O NORDESTE... CHORA.
Oh! Que saudade da "Asa Branca"
Na voz, agreste, o rei do baião
Cantando o hino do nordestino
Êxodo sofrido do seu sertão.
Oh! Que saudade do velho Lua
Que fez o eco soar em seu torrão
E deixou de se gravada a lembrança
Que ainda farão muitos pés arrastar ao chão
Oh! Que saudade! O pranto a correr em fio
Pelas águas, perenes, do nordeste; Os rios
Pelo rei do baião e das toadas
Boiadeiro dos vaqueiros do sertão.
Oh! Que saudade! Irã surgir nas noites,
De junho, em que ao som do baião
As quadrilhas dançarão com alegria
Ao ritmo nostálgico de Gonzagão.
O nordeste, chora, o teu país
Pela perda de um rei qual fortes tu
Sente o povo; chora o sertão por Exu
As lagrimas chorosas da triste partida.
Pois, seu canto é lição de amor, é vida
Nas tristezas, tua terra, na alegria
Na tradição mística, sua poesias
Na recordação das terras onde passou.
E as toadas penosas em "Vozes da Seca"
Da "Triste Partida" da "Asa Branca"
Seguindo roteiro para outra estação
Deixando sua terra, amada, o sertão.
Melancólica alegria da despedida
Tal qual ele cantara "triste Partida"
Uma épica, penosa, desta terra sofrida
Que é alegria, sendo paz e que é vida.
Adeus Luiz, diz o nordeste...
Ao vaqueiro de chapéu branco, o gibão
Sei que irás com sua sanfona branca
Cantar aos brasileiros saudosos d’outra estação…
Poema em comemoração aos cem anos de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.