Prelúdios do Madrigal
Da noite torno-me refém
À vista dos olhos empapuçados,
Inundados por vestes e devaneios
Ora tristonhos, ora silenciosos, desvendando,
Do citar das brisas, etéreos sonetos!
No divagar entre traços do longo traçado
Iluminado por versos e rimas de consagração,
Colho da voz sussurrante mais um apelo,
O beijo que no espelho ficou tatuado em rubro
Retratando da cena toda intensidade da luz!
Quando da vela, vejo-me em chamas,
Parto pelos campos d’onde a semeadura
Se dá pelo cantar idílio das aves matutinas,
Alçando-me aos desatinos d’alma fretando
Da solidão um gole, mais um sol de primavera!
Ah! Saudade... Ao bater a minha porta,
Ouço da dor a canção!
No momento que adormeço
Debruçado sobre as quimeras, acolho-me
Ao branco do ninho ao deleite calado da poesia
Vinda do amor, abrindo janelas, fragrâncias,
Sonhos que caminham pela madrugada do madrigal!
01/07/2012
Porto Alegre - RS