Poema à Macau
Para ti, Macau querida, pequenina,
Nesga de terra por Deus abençoada
Macau cristão, que a mão do destino,
Colocou no caminho iluminado;
Para ti, pensei vir com devoção,
Compor um poema de amor,
Contigo enfeitado no coração,
E assim merecer a bênção do Senhor.
Terra que um nosso Filho chamou leal,
Só uma: és tu, graciosa,
Filha do coração de João Garcia,
Alma cândida, impregnada de beleza;
Quero vir contar com sentimento,
A todo o mundo a tua história!
Cidade Poema, Cidade Menina,
Seara divina entre verdes mares,
Que embora formosas, têm formas discretas,
E encantam poetas de terras estranhas...
Cidade Poema, às margens do rio,
Tranquilo ou bravio... Entoando cantigas...
Que levam nas águas os risos e as penas
Das almas serenas das casas antigas...
Cidade Poema das altas montanhas de sal,
Das Luas fiandeiras de sonhos e brilhos.
Do manto estrelado, a adornar sua história,
Louvada a memória na voz de seus filhos...
Cidade Poema das praças floridas,
Que enfeitam as vidas da infância brejeira.
Cidade em que a crença é uma força que existe
E a todos assiste da mesma maneira...
Cidade Poema, em que o peso dos fardos
A pena dos bardos transforma em poesia.
São tantos os versos, que vejo um garimpo
E as graças do Olimpo na sua magia...
Cidade Poema - cenário de artistas,
De exímios ciclistas, de amigos da gente.
Cidade em que a tarde debruça na ponte
E o Sol no horizonte colore o poente...
Cidade Poema... Cidade encantada
Aurora bordada no céu macauense.
E ainda que ausentes... Seus filhos felizes
Mantêm as raízes no chão fidelense...
Cidade Poema de mil fantasias,
Mas veste os seus dias nos trajes das leis.
Cidade das ruas de largo traçado
Que traz do passado as Folias...
Cidade Poema que tem revoada
Sombreando a fachada da Igreja Matriz.
Cidade em que o povo não foge à batalha,
Que luta... Trabalha... E cumpre o que diz...
Sou eu, Nossa Senhora, cantado o meu tema,
Que exponho o poema e revelo o seu rosto.
Cidade Poema, são tantas saudades,
Que nas “Brevidades” eu sinto o seu gosto!