DIREI...
Ei! Chama-me, me leva para qualquer lugar,
Não sei viver sem ti,
Hei de te sentir onde quer que eu vá, ou direi:
No cume mais alto, no mais rasteiro serrado,
No deserto ensolarado, no silencio da beira do mar,
Onde tantas vezes a natureza escondeu teu nome,
No sussurro dos ventos ou o ecoar das ondas,
É a vida que me sonda em revirar do âmago,
Em desatino de um ser,
Que te respira, sucumbe, mas não consome,
Quando não me apareces, porém não some,
A imagem dos teus olhos e tua tez, ou direi:
A me lembrar na sombra dos umbuzeiros,
O balançar dos coqueiros e em teus cabelos,
O reluzir dos girassóis que me apraz,
Qual o bailar dos verdes canaviais.
Morena de pele macia,
Que ao encostar-se a teus seios o meu rosto,
Um dia me fez pensar: Lá fora não há nada,
Que se compare a este aconchego,
Ou qualquer fruta que tenha do teu beijo o gosto,
Nem falo do nosso gozo... Pois esse igual já mais existirá.
Mas, se agora não tenho aquele refúgio,
De nada me vale o repúdio,
Tento apenas apreciar o deleite das lembranças,
Em que a minha mente se lança,
Em alvo que eu queria ser... E ter.