DIREI...

Ei! Chama-me, me leva para qualquer lugar,

Não sei viver sem ti,

Hei de te sentir onde quer que eu vá, ou direi:

No cume mais alto, no mais rasteiro serrado,

No deserto ensolarado, no silencio da beira do mar,

Onde tantas vezes a natureza escondeu teu nome,

No sussurro dos ventos ou o ecoar das ondas,

É a vida que me sonda em revirar do âmago,

Em desatino de um ser,

Que te respira, sucumbe, mas não consome,

Quando não me apareces, porém não some,

A imagem dos teus olhos e tua tez, ou direi:

A me lembrar na sombra dos umbuzeiros,

O balançar dos coqueiros e em teus cabelos,

O reluzir dos girassóis que me apraz,

Qual o bailar dos verdes canaviais.

Morena de pele macia,

Que ao encostar-se a teus seios o meu rosto,

Um dia me fez pensar: Lá fora não há nada,

Que se compare a este aconchego,

Ou qualquer fruta que tenha do teu beijo o gosto,

Nem falo do nosso gozo... Pois esse igual já mais existirá.

Mas, se agora não tenho aquele refúgio,

De nada me vale o repúdio,

Tento apenas apreciar o deleite das lembranças,

Em que a minha mente se lança,

Em alvo que eu queria ser... E ter.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 19/06/2012
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