LEMBRANÇAS
(Ps/128)


...Pés descalços /
tardes ligeiras de verão/
instantes vividos /
mergulhos, plena emoção!
...Roda d'água a girar
marulham as águas a rodar
cheiro de óleo cru no ar,
 motor ligado e
a serra, seu percurso faz rasgar!
... cheiro de madeira dilacerada
cintilam partículas, seu corpo mutável
alonga em retas, dorme prostrada,
  aguarda no tempo o tempo que falta
para embarcar...
Sol, final de tarde!
A sombra apressa os passos do escravo,
de si ... para com todos os seus.
Dignidade ferrenha, da longínqua terra
que traz no peito de homem da terra!
Coração chora só... sempre, no
inverno das curtas jornadas.
Exílio incurável, dor cristalina,
felina  sangra como a serra 
movida pela roda d'água
exalando saudade
sentida e calada!
Lampião aceso...
tépida e trêmula luz
delineia sombras,
desenhos nus e
ao sono,
conduz!





 






 
edidanesi
Enviado por edidanesi em 19/06/2012
Reeditado em 28/08/2018
Código do texto: T3732196
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