TEMPO ENLOQUECEDOR
(Sócrates Di Lima)

Ouço o toque de telefone,
Engano,
'Silêncio insano,
Sons de interfone.

Silenciei o cedlular,
Silenciado o outro se fez,,
Já não há mais o que esperar,
Silêncio profundo mais uma vez.

Tranquei cada porta,
Lacrei cada janela,
Nada mais me importa,
Meu pensamento nela.

Olho o relógio na parede,
No pulso,
Na rede,
Sonoro impulso.

O tempo enlouquecido,
Amanhecido,
Adormecido,
Esquecido.

Na alma uma escuridão,
No peito o fundo de um vulcão,
Na garganta uma oscilação,
Soluço sem expressão.

E quando cerrada as pálpebras,
Como numa folha na última gota de chuva sutil,
Os olhos trincados como se em quebras,
Deixou cair sobre o teclado, a primeira lágrima de mil.

Ouvi em vão as musicas  que faziam ninar,
Senti que se esvaziou em rios aquele amor,
E veio a vontade inesperada de chorar,
A saudade faz o vazio do meu tempo enlouquecedor.




 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 13/06/2012
Código do texto: T3721900
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