SEM RIMA 179.- ... Guerra e Rosalia ...
Também Guerra da Cal, só, poetizou a Rosalia. No seu "Deus, Tempo, Morte, Amor e outras bagatelas" (1987), "Para Manuel Maria, poeta", dedica a Rosalia o poema "Folha Velha":
Foi subindo o seu Calvário
Rosa sofrida
Até atingir o Infinito
Rosa evadida
E atirou-se à sua própria Voragem
Rosa suicida
E ao terceiro Dia
retomou a Vida
como 'Pietà' órfã
de colo vazio
Negra Rosa Mística
Mater Dolorosa
do seu Povo-filho
na Poesia
Estoril, julho 1985
.................................
Também deveria calar
perante tanto amor poético.
Apenas rezo
Rosalia Rosa
Rosalia Mãe
Rosalia Dor
Rosalia Sombra
Rosalia 'Pietà'
singelamente
Rosalia Galiza
Rosalia ressuscitou lírica ao terceiro dia,
também lírico.
Ainda espero, ainda esperamos
a ressurreição social da Galiza.
AMÉM.
Esqueçam-nos o Calvário e o Infinito...
Procuremos o terceiro Dia e a Vida
e o florescer de Rosas piedosas de colos cheios!