O Passar do Tempo

Das auroras que da vida eu tinha

São doces recordações que minha alma atina.

De menino livre,esperto e traquina

Que ao anoitecer no colo da mãe se aninha.

Eram longos dias e noites que pareciam intermináveis

De histórias fantásticas e admiráveis

Que contavam os mais velhos de então.

Ouvia tudo em profundo silencio, encostado no velho fogão.

A simplicidade que dia a dia eu vivia,

Forjava minha alma e meu ser que buscava sabedoria.

Ser menino nesse pedaço inesquecível do tempo,

Foi para mim privilégio,acalento.

Sonhos e aventuras que naquele tempo vivi,

Carrego bem claro na mente jamais esqueci.

Nos fundos da casa brincava,no enorme terreiro,

Onde avistava o passar das boiadas e ouvia o cantar boiadeiro.

Na estrada que do outro lado do rio passava,

Subia densas nuvens de poeira,que a boiada a passar deixava.

passavam os bois em grossas e lentas fileiras

E ficava eu a sonhar,com uma vida pra mim boiadeira.

Os dias e os anos passaram em rápidas passadas

O progresso chegou;trouxe asfalto,modernidade,

Já não mais se vê o tanger das grandes boiadas

Ficou somente lembranças,guardadas pra eternidade.

domici
Enviado por domici em 08/06/2012
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