O Passar do Tempo
Das auroras que da vida eu tinha
São doces recordações que minha alma atina.
De menino livre,esperto e traquina
Que ao anoitecer no colo da mãe se aninha.
Eram longos dias e noites que pareciam intermináveis
De histórias fantásticas e admiráveis
Que contavam os mais velhos de então.
Ouvia tudo em profundo silencio, encostado no velho fogão.
A simplicidade que dia a dia eu vivia,
Forjava minha alma e meu ser que buscava sabedoria.
Ser menino nesse pedaço inesquecível do tempo,
Foi para mim privilégio,acalento.
Sonhos e aventuras que naquele tempo vivi,
Carrego bem claro na mente jamais esqueci.
Nos fundos da casa brincava,no enorme terreiro,
Onde avistava o passar das boiadas e ouvia o cantar boiadeiro.
Na estrada que do outro lado do rio passava,
Subia densas nuvens de poeira,que a boiada a passar deixava.
passavam os bois em grossas e lentas fileiras
E ficava eu a sonhar,com uma vida pra mim boiadeira.
Os dias e os anos passaram em rápidas passadas
O progresso chegou;trouxe asfalto,modernidade,
Já não mais se vê o tanger das grandes boiadas
Ficou somente lembranças,guardadas pra eternidade.