NAMORADOS
Ora,
O pleno show dos sussurros
Nas calçadas provém dos namorados,
E a brisa fragrante nos jardins
Sopra exclusiva aos namorados,
E o silêncio suspeito da noite
Toca sinfonia aos namorados...
A noite providenciara
Mil carícias
No reduto dos namorados.
— Há um bilhão de beijos doces
Postos sobre quatro bilhões
De lábios trêmulos, salgados.
E eu estremeço: longe,
Uma fronha reprimida
Abriga os carinhos
Desta noite terna, rara...
A saudade teima, remexe maior;
Traz lembrança
Da rua escolhida para nascermos
Embalados na canção esparsa no ar.
Sinto impulsos de enviar mensagens
Desses cartões de papelarias...
— Cartão de Felicidades —, e escreveria
Fragmentos da melodia
Que nunca soubera cantar.
A saudade fere insana...
Sopra perfumes das avenidas,
No vento que beija a veneziana
E destaca quais passos lentos
Passam juntos pela praça.
Continua insinuante, e realça
Um vazio dentro da vida
— admirável presença do nada,
Na hora propícia de amar.
De vã saudade pára
A alma contrita, farta!
Só não me consenti remeter
A Felicidade — jóia cara! —
Contida, sim, num envelope de carta.
S. J. do Rio Preto – SP: 12-06-79.
Ora,
O pleno show dos sussurros
Nas calçadas provém dos namorados,
E a brisa fragrante nos jardins
Sopra exclusiva aos namorados,
E o silêncio suspeito da noite
Toca sinfonia aos namorados...
A noite providenciara
Mil carícias
No reduto dos namorados.
— Há um bilhão de beijos doces
Postos sobre quatro bilhões
De lábios trêmulos, salgados.
E eu estremeço: longe,
Uma fronha reprimida
Abriga os carinhos
Desta noite terna, rara...
A saudade teima, remexe maior;
Traz lembrança
Da rua escolhida para nascermos
Embalados na canção esparsa no ar.
Sinto impulsos de enviar mensagens
Desses cartões de papelarias...
— Cartão de Felicidades —, e escreveria
Fragmentos da melodia
Que nunca soubera cantar.
A saudade fere insana...
Sopra perfumes das avenidas,
No vento que beija a veneziana
E destaca quais passos lentos
Passam juntos pela praça.
Continua insinuante, e realça
Um vazio dentro da vida
— admirável presença do nada,
Na hora propícia de amar.
De vã saudade pára
A alma contrita, farta!
Só não me consenti remeter
A Felicidade — jóia cara! —
Contida, sim, num envelope de carta.
S. J. do Rio Preto – SP: 12-06-79.