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Dorida Saudade




Saudade vestida de cinza
Rompe as portas do ontem
Para plantar a dor no peito
De tantos sonhos desfeitos


Saudade que pede lágrimas
Diante da ausência sentida
Das angústias consumidas
Que varrem sem pena a vida


Saudade que amplia o espaço
Vazio que abraça as paredes
Na desordem que se instala
Quando a alma triste cala


Saudade que prende a vida
No sangrar destas feridas
Encharcadas no abandono
Do amor perdido do trono


Saudade que o sono furta
Que faz do existir uma luta
Na guerra dos sentimentos
Por conta dos desalentos.


(Ana Stoppa)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 06/06/2012
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