Dorida Saudade
Saudade vestida de cinza
Rompe as portas do ontem
Para plantar a dor no peito
De tantos sonhos desfeitos
Saudade que pede lágrimas
Diante da ausência sentida
Das angústias consumidas
Que varrem sem pena a vida
Saudade que amplia o espaço
Vazio que abraça as paredes
Na desordem que se instala
Quando a alma triste cala
Saudade que prende a vida
No sangrar destas feridas
Encharcadas no abandono
Do amor perdido do trono
Saudade que o sono furta
Que faz do existir uma luta
Na guerra dos sentimentos
Por conta dos desalentos.
(Ana Stoppa)