>> Para Sempre >> ...



Adquirindo as chagas da vida
Presentes passagens só de ida
Não volto enquanto me assolar
A saudade viva e salutar

Por todos os dias quero ser amanhã
Brindado seja da lembrança do teu eu
Vestindo dourado ou simples cardigã
Regresse o quanto antes, amado Perseu

Eternos instantes do antes e depois
Farfalhando rumores de anos de amor
Perdoe meu pequeno, é chuva de arroz
Núpcias perenes, cascatas de calor

Enquanto solitário fio cavalgar
E assim o faria, lá de baixo até aqui
Deus, me conceda ar para amar
Por ninguém desbravaria, cor de caquí

Príncipe, és grande e belo
Tão belo que só penso em tí
Esse sorriso esvai meu castelo
E tu´alma afaga daí

Tão rico e sereno a me alegrar
Esse coração cansado de errar
Que por tua ausência só sabe chorar
Meu arlequim não aprende corar

Não aprendi sequer seguir brando
Na falta rude que me maltrata
Ou no senso de paz, alvo e cândido
Braços envoltos, arrebata!

Nem a morte que outrora deixaria
Me vencer de bom grado ao léu
Por tí nem constelação faltaria
A mirar o espetáculo dos céus

Enfim o anjo que cedo ou tarde
Vazou definitivamente este que bate
E enquanto bater sou teu, destarte
Em círio nazareno ou leito que desate



***
Adam Poth
Enviado por Adam Poth em 04/06/2012
Reeditado em 05/06/2012
Código do texto: T3705758
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