Saudade à Saramago




Murmurando, fazendo coro com as águas,
Serve esse silencio de coberta e pena,
Por me achar tão só; se de repente adormece a vida,
Ao paço da morte escura, raspando lume nas pedras.

Comparando sonho com sonho...
Quem quererá este fim de tarde na vigília de outras?
Quem quererá ao carrego das saias,
Sermão de mais desgosto?

Medita-se perto da água que nunca sussega;
Não tem ninguém à sua espera?
Descaída sobre a anca, lá vem a saudade
Fazer uso de espada – pondo a ilusão –
Mais que a espessa luz das trevas.

Era já sol-fora quando vi remadores remando certo e sem pressa.
Após a vazante, parecia uma viagem ao paraíso com o sol relampejando
Na superfície da água...
Eu me lembrando de ti e pelos lombos reluzidos do Tejo
Fui deixando ali minhas mágoas.

De Magela
DE MAGELA POESIAS AO ACASO
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 01/06/2012
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