SAUDADE(Poema para Basilissa n. 1935)
(Sócrates Di Lima)
No triste me apago,
No abrir e fechar de olho,
Na saudade me divago,
Em pratos me desfolho.
A minha mente retrata,
Um olhar azul de perdição,
Num sorriso que me farta,
Da doce inspiração.
E canto triste o cântico da saudade dela,
Como o sabiá no galho da laranjeira,
Como o rouxinol na janela,
Num triste fim de tarde na soleira.
Saudade que nunca se acaba,
Sentimento que se faz pertinente,
Como chuva que desaba,
É a saudade dela e da gente.
Não vejo outros olhos na multidão,
Nem outros risos em luar aberto,
Não há outra pousada em meu coração,
E nem outra dona do meu amor, por certo.
E se eu canto triste minha saudade,
É porque apenas ela é o meu bem mais querido,
E pela minha existênte realidade,
Somente Basilissa é o meu maior sentido.
No triste me apago,
Nas lembranças e nós dois,
Nesta minha saudade louca embriago,
Agora, amanhã e ao depois.