Coisas de sempre...
Uma revoada de pombas no céu
Uma flor que desabrochou e me comoveu
O perfume do incenso que ficou numa igreja
Que se tinge de ouro ao por do sol
Uma cesta de amoras vermelhas
O alecrim que está na horta
Um sopro forte de vento nos cabelos
E a lembrança do amor
Que não me deixa como uma magia.
E depois eis o lamento
De saudade pela minha terra
De uma estrada silenciosa
Que me aparece na mente
Portões de madeira, escadas de ardesia
Que são varridas pelo siroco
Coisas de sempre...
É verdade, são coisas de sempre...
Que abraçam o meu coração
Que me fazem recordar,
Reviver momentos que se foram
Deslumbramento e depois dor.
Sensações que me atingem
Como um relâmpago,iluminando
O meu presente com fotos
Do passado...