Anil
Menti a cor dos teus olhos, não os esqueci.
São como profundos infinitos,
azuis eternos tão bonitos
mais que todos que já vi!
Ah, se foi pecado, não o sei! Mas a cor, menti.
Diria qual verdade do teu olhar ateu,
que nele me perdi e que morri de amores por ti
e pelos olhos teus?
Ah, estes círculos dos céus!
Que fazem de qualquer um que os olhe, culpado e réu
Que possuem a cor criada para ser vista,
pois prende fixamente esse azul anil
com a leveza e força mais sutil
que possa exercer sobre sua vítima.
Vítima qual, eu própria me fiz
dos teus olhos perdidos
com dois caminhos infindos
de perpétuos azuis anis.