Flor, Fogo, Vertigem e Mistério
Beijo que flor me deste, que flor deixaste para mim?
Onde está meu nome? Em que vento guardaste teu
Espírito? Em que espírito guardaste meu coração?
Voo a cada dia te procurando, voando distâncias
cruzando destinos, trilhando caminhos que só me
encaminham a você.
Em cada beijo, cheiro, perfume exalado, todos quaisquer
que fosse a rosa que minha boca tocasse, todas me
faziam lembrar do teu doce mel, suspiro que me
levava ao céu.
Vertigem dos meus olhos, paladar da
minha boca é por você que deleito-me, perco-me e
descubro-me. Sem ti não a razão, não há presença,
sem tua essência nada se faz real, verdadeiro, tudo
perde o sentido...
Meus voos tornam-se vazios, perco as assas, ajoelho-me,
regozijo-me aos teus pés, contemplando o véu que sobre
mim se faz. É chuva, transbordo do coração que embaça
escurece minha visão, míope sensação de te ver partir
por campos longínquos que não mais me pertencem,
que não mais posso seguir.
Outrora tu eras minha fada, minha menina, outrora tu eras
minha estrela mais linda, a flor que fazia minha vida brotar a
cada dia no jardim da existência.
Hoje tu és do tempo, do vento, apenas marcas da saudade de
quando viajava em minhas asas abraçada, aconchegada, entrelaçada.
Sem asas, sem voo, sem destino, perco-me no encanto de
outras borboletas, em campos de flores vazias sem mistérios
nem fantasias.
Não adianta, é teu os meus abraços, é por ti minha insensatez
é por ti, para ti meu amor, o doce do gosto que em mim ficou
e não à de sair, pois, és tatuagem marcada a ferro e fogo, es
brasa ainda viva que por mais fraca que seja ainda me faz
Flutuar e viajar na embriaguez da saudade.