Poema saudoso e crítico
Edson Gonçalves Ferreira
Matriz do Divino Espírito Santo
Atual Catedral do Divino Espírito Santo
I
Saudades, quantas saudades, tenho eu
Dos tempos em que um fio de barba provava
Que alguém falava sério
E ser político era algo patriótico
Alguns nem ganhavam
Ai, como saudades eu tenho
Do meu pai tocando
nas barraquinhas em volta da Matriz
do Divino Espírito Santo
na cidade Divinópolis em que eu nasci...
Pinturas de Frei Umberto Randag no Santuário de Santo Antônio (acervo de Mauro Eustáquio Ferreira)
II
Atualmente,
De tudo duvidamos
Até dos homens do Plano Alto
Que a nossa ignorância elegeu
E não há mais mulheres com crianças nas calçadas
Sob a proteção dos nossos pais
Enquanto o sino do meu Santuário de Santo Antônio
Com as pinturas de Frei Umberto magníficas
Permanece mudo, eternamente mudo
E existem menos sacerdotes dedicados à Igreja
E os fiéis se sentem menos amparados
Ai, quantas saudades sinto eu.
Cachoeira do rio Itapecerica e pontilhão-de-ferro em Divinópolis
III
Quanta tristeza existe agora
Até nosso rio Itapecerica não canta mais
Suas águas turvas são retrato do caráter de muita gente
Incautas pessoas cujos sonhos não contemplam nossos bosques
Sim, nossos bosques tendo mais flores,
Sim, nosso céu tendo mais estrelas
E nossas vidas, mais amores
Ai, saudades, quantas saudades, sinto eu.
Visão parcial de Divinópolis, hoje.
IV
O progresso virou regresso
Blocos de cimento engaiolando gente
Desde que já não se ouve mais o canto de um sabiá
E que não podemos andar
Sossegadamente pelas ruas onde doce era
Brincar, conversar, namorar
Ou existir só por existir
Com as bênçãos de Deus
Esse que jamais nos abandonou!
Retrato do poeta feito por Be-Cabrita
Divinópolis, 07.05.2012
Edson Gonçalves Ferreira
Matriz do Divino Espírito Santo
Atual Catedral do Divino Espírito Santo
I
Saudades, quantas saudades, tenho eu
Dos tempos em que um fio de barba provava
Que alguém falava sério
E ser político era algo patriótico
Alguns nem ganhavam
Ai, como saudades eu tenho
Do meu pai tocando
nas barraquinhas em volta da Matriz
do Divino Espírito Santo
na cidade Divinópolis em que eu nasci...
Pinturas de Frei Umberto Randag no Santuário de Santo Antônio (acervo de Mauro Eustáquio Ferreira)
II
Atualmente,
De tudo duvidamos
Até dos homens do Plano Alto
Que a nossa ignorância elegeu
E não há mais mulheres com crianças nas calçadas
Sob a proteção dos nossos pais
Enquanto o sino do meu Santuário de Santo Antônio
Com as pinturas de Frei Umberto magníficas
Permanece mudo, eternamente mudo
E existem menos sacerdotes dedicados à Igreja
E os fiéis se sentem menos amparados
Ai, quantas saudades sinto eu.
Cachoeira do rio Itapecerica e pontilhão-de-ferro em Divinópolis
III
Quanta tristeza existe agora
Até nosso rio Itapecerica não canta mais
Suas águas turvas são retrato do caráter de muita gente
Incautas pessoas cujos sonhos não contemplam nossos bosques
Sim, nossos bosques tendo mais flores,
Sim, nosso céu tendo mais estrelas
E nossas vidas, mais amores
Ai, saudades, quantas saudades, sinto eu.
Visão parcial de Divinópolis, hoje.
IV
O progresso virou regresso
Blocos de cimento engaiolando gente
Desde que já não se ouve mais o canto de um sabiá
E que não podemos andar
Sossegadamente pelas ruas onde doce era
Brincar, conversar, namorar
Ou existir só por existir
Com as bênçãos de Deus
Esse que jamais nos abandonou!
Retrato do poeta feito por Be-Cabrita
Divinópolis, 07.05.2012