Saudade Pungente

Saudade pungente

Ao por do sol

Luz ardente em mim

Espalhou seu calor

Por todo o meu jardim

Enquanto borboletas irisadas

Traziam beleza e cor

A minha vida descolorida...

Uma saudade chegou pungente

E fez-me recordar do meu amor

Que como éter se evolou

E nessa hora plangente

Fez morada em mim a nostalgia

Que se emaranhou nos vales

Da minha vida em desarmonia.

Nesse estado d'alma

Não me sentia uma criatura

Livre nem para derramar meu pranto

Estava presa numa armadura

Que me deixava em completa apatia

Gerada pela saudade que cultivei

No mais recôndito do meu ser.

Chegou a aurora radiante e me sacudiu

A dor que me consumia aos poucos

Perdeu força diante da luminescência

Do sol que espargiu raios em mim

Soltei meu canto, alcei um voo livre

Despertei do estado de inconsciência

E libertei-me da saudade que não tinha fim.