Ela vai voltar.
E um dia quem sabe, ela que sempre foi atrevida
Que revirava as gavetas procurando uma fita antiga,
Volte tão serelepe e viva como se fosse uma amiga
Que volta de uma viagem breve á uma praia desconhecida.
E um dia aí quem sabe, ela que escrevia poesia,
E usava palavras fortes muitas vezes sem rima,
Apareça dissonante e magnética como um imã,
Atraindo os olhares com seu sorriso e alegria.
Ela que tão honesta e tão cheia de discursos
Meiga e gentil de fato, ainda um ser imáculo
Redigindo seus ideais irreais como um oráculo,
Venha expor seus fracos e impotentes recursos.
Venha trazer a esperança que o tempo dispersou,
Venha acolher o erro e perdoar ao pecador.
Quem sabe ela que foi tão bela mas se desperdiçou,
Com as teorias das coisas, da vida e do amor.
Quem sabe ela volte ainda com o mesmo brilho no olhar
Com aquele ar inocente mas sempre atento e curioso
Que faça florir nos campos como um dia chuvoso,
E traga de novo o encanto, de viver e de sonhar!