PRESENTE




Essa ausência, agora, e nenhum recado.


Vez em quando, assim te retiras do meu lado
E, displicente, desapareces como numa lua.
Deixas no ar um perfume nunca encontrado
E vais deixando solidão pelas displicências tuas!


Se pretendes dissipar-te no pó, no vento,
Enganas quando, por mágica, desapareces.
Perder-te, saibas, essa solidão nem me entristece,
Se posso ainda te desvendar na brisa, no pensamento...


Sempre ressuscitas em mim, onde te encontro, onde
Ocultas teu nome numa viagem de noites e silêncio.
Porque, bem reconheces, esse amor que escondes,
Acha-se na ilusão que carrego, nas coisas que penso.




Poema integrante do livro "Outono Verde".




Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 26/04/2012
Reeditado em 09/09/2012
Código do texto: T3635033
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