Dama da noite

Quem é ela que vem me maltratar

Todas as noites?

Quem é ela cuja qual vejo a sombra

Atravessar os quatro cantos do meu quarto?

Afinal quem é para ter a ousadia

De me tirar de meu sono tão sereno

De me fazer vaguear noite adentro?

De me fazer tremer diante de sua presença

Você que vem sem pudor e piedade

Que me ataca sem prévio aviso

E que me arranca as forças

Deixando-me completamente vulnerável

E que me empurra abismo a baixo

Deixando-me sobre a sua mercê

De quem é o atrevimento de roubar as lagrimas

De me fazer soluçar até doer o peito

Aqui estou sentado em minha cama

Sobre o manto negro da madrugada

Sobre o sopro gelado da noite

Vou à busca de respostas

Mas nada encontro

Aumenta assim o meu tormento

Ela que insiste em se mostrar rebelde

Ela que ataca quando estamos sozinhos

Que machuca sem qualquer arma

Que nos trai maliciosamente

A companheira de corações solitários

Nossa velha conhecida de tempos remotos

Que vem nos tirar o chão

Que invade despretensiosamente a alma

Que vem brincar com os pensamentos

É ela não a duvida alguma

A criança a brincar

De dia calma a noite revolta

Quem é ela que me invade assim

Enfim chego ao fim de minha busca

Encontro à resposta a minha questão

É ela a saudade que visita meu coração

E que me deixa em completa aflição.

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 17/04/2012
Reeditado em 17/04/2012
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