Maldita saudade

A saudade, pega a gente.

A saudade bota a gente no chão.

A saudade, gente, brota do chão.

A saudade não dá trégua.

Quanto mais e mais o tempo passa,

Mais forte fica este sentimento.

Ao menor sinal, seu aparecimento

Faz sofrer quem do amor se engraça.

Imortal no coração do infeliz

que um dia verdadeiramente amou.

De quem um dia por amar sonhou

Que a vida lhe traria a quem ele quis.

É tão forte esta tal saudade,

Que permanece em nossa lembrança,

Mesmo quando já morreu a esperança,

Independente da nossa vontade.

A saudade é como a neblina da estrada,

mal se percebe, já se está por ela tomada.

Desaparece, ainda que temporariamente,

com a chegada de um novo raio de sol.

Às vezes ela demora um pouco mais

até reaparecer novamente.

- Vá embora, lhe falei um dia,

Acreditando que a saudade fosse.

Que nada. Desavergonhada, sim,

deitou no limite das minhas lembranças

e de vez em quando levanta, feito sonâmbulo

e adentra em meu ínfimo espaço da memória,

nem que seja somente para marcar presença.

Parvo que sou, acreditei no amor.

O amor se foi e de tanto amar, me perdi

que até hoje nunca mais me encontrei.

Quando penso ter me encontrado,

Vem a saudade e me põe a perder outra vez.

Sem alternativa, estou tentando

a me acostumar com essa tal saudade.

Maldita... saudade...

Maldita... saudade...

Pedro Douglas Guimarães
Enviado por Pedro Douglas Guimarães em 16/04/2012
Código do texto: T3616804
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.