O VÔO DA GARÇA TRISTE

SAÍ DE CASA MENINA

LEVANDO MEUS SONHOS

DEIXANDO MEUS BRINQUEDOS

E OS BRAÇOS DE MINHA MÃE

QUE ME EMBALARAM

E SEUS OLHOS RASOS D'ÁGUA

QUE ME VIRAM SUMIR NA ESTRADA DO DESTINO.

SEUS CONSELHOS ME GUIARAM

SUAS BENÇÃOS ME PROTEGERAM

MAS NÃO ME PRIVARAM

DA DURA REALIDADE

QUE APRENDI A ENFRENTAR SOZINHA

VOEI FEITO UMA GARÇA TRISTE

SEM RUMO E SEM NINHO.

CORRI, TROPECEI,

MAS LEVANTEI E PROSSEGUI.

LUTEI, CANSEI,

QUASE DESISTI; MAS RECOMECEI.

PORQUE APRENDI

QUE O SEGREDO DO ÊXITO É A PERSISTÊNCIA.

CHOREI PORQUE LEMBREI

DOS CONSELHOS DE MINHA MÃE

E DA MÃO DO MEU PAI NO MEU OMBRO.

PERDI MEUS SONHOS

MAS CONQUISTEI UM NOVO ESPAÇO

REFIZ MEUS PEDAÇOS

DOS DESTROÇOS QUE SOBRARAM

DAS TEMPESTADES QUE ATRAVESEI.

MAS SOBREVIVI

APESAR DAS DIFICULDADES E DOS DESENGANOS

MAS EM TODOS ESSES ANOS

O TEMPO E A DISTÂNCIA

NÃO FORAM TÃO FORTES

QUANTO AS TRAVESSURAS DA INFÂNCIA

E A SAUDADE

AINDA ME FAZ VOLTAR EM SONHO

E CORRER FEITO CRIANÇA

NO LUGAR QUE UM DIA DEIXEI

NUM VÔO DESVAIRADO E INFELIZ.

CLAUDIA DALPIAZ
Enviado por CLAUDIA DALPIAZ em 11/04/2012
Código do texto: T3606820
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