Sereia azul
No penedo da saudade a sereia espraia a sua dor.
No horizonte marinho, naquela atmosfera infinita...
Suspensa sob um sol inusitado
De uma manhã de Inverno, cálida e terna,
A voz doce da sereia entoa o seu canto
Numa melodia lúgubre e nostálgica levada
Por uma brisa suave e aromática que sopra,
De mansinho vinda do mar.
Mostra o seu rosto em mutação,
Onde o brilho se acentua no olhar...
O vento começa a gemer nas dunas,
O mar cava e as ondas erguem-se sem pudor,
Ribombando contra a praia.
A sereia submerge nas profundezas do seu cativeiro.
Chorando baixinho a sua solidão,
E o marinheiro que a prendeu e deixou.