SOL SEM MANHÃS
SOL SEM MANHÃS
Névoas...
trago névoas no olhar,
névoas também nos cabelos.
Restos de árvores esvoaçam
no que resta
de meus dias.
Eis-me, de novo,
na Estação à espera do trem
que te traz, sorrindo,
deusa num vestido azul.
Te ofereço maçãs, gostosas como você
e as palavras engasgam na garganta.
Então, tudo voa
o momento, sentimento, pensamentos
se vão, se vão.
Eis-me de novo, na estação
à espera do ônibus
que não vem
com você... que ficou no Passado
esperando palavras
engasgadas em minha garganta.
Então, tudo se foi...
menos os restos de amor
junto ao que sobrou dos trens
da velha Estação.
Triste outono,
com gôsto de maçãs
amargas, amaras.
E a Vida se (es)vai...
"NATO" AZEVEDO
(dedicado ao escritor PAULO VALENÇA / PE)