CÓPIA FIEL

CÓPIA FIEL

Autor: Maurício Irineu

No ano dois mil e cinco

Perdi meu filho querido.

Jamais tive, em minha vida,

Em meio a tanta lida,

Um dia assim tão sofrido.

Um dia assim tão sofrido,

Que me fez gemer, de dor;

Pois vi partir, sem palavras,

O filho que eu tanto amava,

O fruto de um grande amor.

O fruto de um grande amor,

Que me deixava sozinho

Sem saber o que fazer,

Pensando em como viver,

Sem seu amor, seu carinho.

Sem seu amor, seu carinho,

Que era todo meu alento;

Que, nas horas de amargura,

Com toda sua ternura,

Abrandava-me o sofrimento.

Abrandava-me o sofrimento

Só vê-lo ali, ao meu lado;

Era, tanto quanto os outros,

Meu Branquinho tão maroto,

O meu filho mais amado.

O meu filho mais amado,

Que Deus resolveu levar,

Sem nenhuma explicação

Partindo-me o coração,

Deixando-me a chorar.

Deixando-me a chorar,

De tanto amor, de saudade;

Levando consigo um tanto

De mim, que agora em prantos,

Perdi a felicidade,

Perdi a felicidade,

Que agora amarga qual fel.

Pois meu Branquinho querido,

Meu Israel prometido,

Que era a cópia fiel.

Que era a cópia fiel,

De um pai que nunca o esquece;

Que, desde que ele partiu,

Todo o seu mundo ruiu

E, de tristeza, padece.

E de tristeza padece

Sem querer consolação

Mas resta um contentamento:

Ele está vivo e bem dentro

Do fundo do coração.

MAURICIO IRINEU
Enviado por MAURICIO IRINEU em 03/04/2012
Reeditado em 16/05/2012
Código do texto: T3591564
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