A CACHOEIRA QUE OUVIA

Da alma que chora
a lágrima que evapora,
do suspiro que vai...

A cor da amargura
na noite tão escura,
dessa saudade que cai...

Na rua, um mendigo
o coração sem amigo,
que só vê a solidão...

De tudo que se foi
o som do carro de boi,
já morreu essa canção...

É o fim da serenata
sem pássaros na mata,
a natureza emudeceu...

A cachoeira que ouvia
não rima com poesia,
desde que o amor morreu...

Das noites de ventura
numa cortina pendura,
tampando o meu passado...

Sobre a estrada deserta
com a estrela encoberta,
sem alguém a meu lado...
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 31/03/2012
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