Gostava tanto de você

Mania que a vida tem de deixar a gente órfão.

“Não sei por que você se foi”

e a gente aqui, pensando no amanhã.

”Quantas saudades eu senti”

e sei que muito tempo passará, e o pior,

“e de tristezas vou viver”,

pois cada traço de sua genial obra me fará lembrar. Que pena,

“e aquele adeus não pude dar”

Faço-o agora, com singelas palavras. Minhas e de um “amigo”.

“Você marcou em minha vida”,

sorrisos e questionamentos da vida lá fora.

“Viveu, morreu na minha história”.

Cresci com tua primorosa arte em meus ouvidos.

“Chego a ter medo do futuro”,

pois a denúncia, como falava, faz parte da arte de quem cria. E você criou.

“E da solidão que em minha porta bate”.

A solidão, na verdade, chama-se ausência de presença física.

Viverá na memória daqueles cujas vidas marcará com sua brilhante criação.

“E eu?”

Eu penso em buscar outro bem humorado Chico,

difícil, raro, único.

“Eu corro, fujo dessa sombra”,

da imagem da morte que, surda, nos furta bens.

“Em sonho vejo este passado”

e guardo comigo os textos em versos e prosas

“E na parede do meu quarto”

e da velha memória surrada estão as obras, e

“ainda está o seu retrato”.

Do dia de hoje, que muito custo a viver,

“não quero ver pra não lembrar”.

Não me imagino em outro canto se de lá não tiver a sua imagem.

“Pensei até em me mudar”,

mas ficarei aqui e dedico meus sinceros votos de “descanse em paz”.

Vou vasculhar nos livros e alfarrábios

“lugar qualquer que não exista”

e dedicar estes versos mansos,

e derradeiros “pensamento em você”

VALBER DINIZ e Tim Maia
Enviado por VALBER DINIZ em 27/03/2012
Reeditado em 27/03/2012
Código do texto: T3578645
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