SAUDADE
(Sócrates Di Lima)
A saudade é pé de macieira,
Cheira como a flor de laranjeira,
É fruta doce como a fruta da goiabeira,
A saudade é gostosa de qualquer maneira.
Saudade única,
De que ama intensamente,
Ela é como uma túnica,
Cobre a alma e descobre a mente.
E como a saudade é mensageira,
Deixa o coração aberto,
Derrama pelos olhos sem cegueira,
Abunda os lábios, de certo.
Mas, só sente saudade quem ama,
E às vezes a saudade chora,
Não é choro de lama,
É cristalino e demora a ir embora.
Minha saudade é intensa,
Minha saudade é ligeira,
Vai e vem mais do que a gente pensa,
É tão rápida e tão inteira.
Saudade de Basilissa, sim,
Pela distância que estou dela,
Embora eu ás vezes nem me preocupo assim,
Porque sempre estou junto a ela.
E quando quero ainda mais saudade ter,
Vejo seus olhos que na distância estão,
Trago-os para bem perto sem ela saber,
E a deixo se confortar no meu coração.