SAUDADE
(Sócrates Di Lima)
No ranger da vontade,
Que o dente corta,
Ao morder a fruta da saudade,
Que nos lábios aporta.
Ai, que no ranger dos dentes,
Mordendo a pele macia,
Que queima em êxtases ardentes,
Na volúpia que não se sacia.
E quando o amor não se estanca,
Nos veios da adrenalina,
Que percorre o corpo e arranca,
Gritos de amor sem precisar de morfina.
Na odexalagnia,
Que deixa marcas de amor na pele,
Liberta a magia,
No odor bendito que o corpo expele.
E que faz o sentido da vida,
No amar de duas almas que se entrelaçam,
No santo sentimento da vontade escondida,
Extrapola o senso da sanidade, quando o extremo alcançam.
Assim é o amor pra quem ama de verdade,
Não há tempo e nem hora para chamar,
E quando o encontro sacia a saudade,
É tempo sagrado para se amar.
E a libido do amor seu ápice alcança,
No ponto e vírgula da sensação perene,
O êxtase da alma e corpo em aliança.
Faz ouvir ao longe gemidos de sirene.
E nesse diapasão,
A minha saudade se iguala,
Na distância a dose extrema da paixão,
Grita, fala e silêncio, cala...
Esposa nessa conjunção extra carnal,
Que se transforma a saudade em fantasia,
Que distante deixa o desejo em estado letal,
Querendo voar para dela ter a companhia.
Frutos do amor que a saudade morde,
Esta é a saudade de minha amada,
Que se faz presente e me sacode,
Trazendo Basilissa nas asas de uma nuvem álida.
E faz sentir-me tão próximo dela,
Fechando os olhos e trazendo-a por analogia,
Na vontade intrépida de estar com ela,
Devorando a saudade em Odaxelagnia.