Seus olhos....
Aqueles olhos...
Ainda me lembro deles
E daquele intenso brilho
Em seus olhos
Jamais esquecerei
O que eles me causaram
A forma como me atingiram
Vindo a queimar todo meu corpo
Deixando-o completamente exposto
E em carne viva
Tamanha era a força ali depositada
Tamanho era o sentimento ali aflorado
Jamais me recuperei
Daquele mal
A mim atribuído
O sinto ainda dentro de mim
Em minhas entranhas
O brilho daqueles olhos
Eles ainda me perseguem
Procuram-me...
Ainda me pego em devaneios
Ao me relembrar deles
E da intensidade
Com que me dominaram
E sem controle...
Sou consumida...
Por uma febre avassaladora
Sinto novamente o corpo queimar
O delírio é inevitável
Fico desesperada...
Tamanho é o meu descontrole
Pois não sei como acalmar esse calor
Tão insuportável é... Que me sufoca
E nada do que eu faça
Irá me livrar dessa dor
Assim me conformo
E convivo com essa dor
A me dominar a cada dia
Por que a única maneira de me curar
É ter aquele mesmo brilho
Novamente sobre mim
O mesmo brilho que é meu mal hoje
É também a minha cura amanhã