O PESO DO TEMPO

Estou cansado,

Os nervos em desatino.

Às vezes me sinto frustrado,

Então não suporto,

Choro como um menino.

Menino sem brincadeiras,

Que trabalha, cuida de casa;

A quem a necessidade arrasa.

Menino que tem consciência,

Das alegrias perdidas.

Menino sem sonhos, horizonte,

Perdidos nas discrepâncias

Da vida, ainda na fonte.

Queria, à tenra idade da infância

Poder voltar,

E tudo, tudo refazer;

A própria vida poder traçar.

Mas como é duro o tempo,

Deixa marcas profundas no ser.

Só depois de acumulados nos ombros,

Horas, dias, semanas, meses, anos,

Nos damos conta do que somos.

O que se foi, novamente jamais será,

E o que não se foi,

Amanhã, também não o virá a ser.

Na instância do eterno recomeçar,

Ninguém pode o tempo retroceder.

O tempo, ninguém recupera,

Uma vez perdido;

O que se faz, é traçar novos planos;

Espelhando-se num modelo preferido,

Muitas vezes na infância;

À procura de um “tempo colorido”.

Riedaj Azuos - Jaru – 200l