Moura encantada
Moura encantada,
Triste prisioneira em sua cela,
Chora as mágoas e o medo...
Ali fechada no degredo
Extravasa o que lhe vai n'alma.....
Fragmentos coloridos de nostalgia
Acendem melodias,
E o seu canto eleva-se acima das colinas.
Os pássaros silenciam-se
Para a ouvir, enquanto os anjos sorriem.
Condenada ao silencio, incapaz de partilhar
A tristeza do seu coração.
Ouve a música do vento na relva,
O murmúrio do mar
E guarda os sons dentro dela.
Na caminhada nocturna,
As estrelas da saudade são a calçada que pisa,
Palavras gastas pelo tempo de memórias,
Ilusões perdidas, confinadas ao retiro.
Apática, deixa-se envolver na noite negra
Que se apaga por momentos,
E ali fica, quieta, perdida nesse cativo
Absurdo de saudade.