Moura encantada

Moura encantada,

Triste prisioneira em sua cela,

Chora as mágoas e o medo...

Ali fechada no degredo

Extravasa o que lhe vai n'alma.....

Fragmentos coloridos de nostalgia

Acendem melodias,

E o seu canto eleva-se acima das colinas.

Os pássaros silenciam-se

Para a ouvir, enquanto os anjos sorriem.

Condenada ao silencio, incapaz de partilhar

A tristeza do seu coração.

Ouve a música do vento na relva,

O murmúrio do mar

E guarda os sons dentro dela.

Na caminhada nocturna,

As estrelas da saudade são a calçada que pisa,

Palavras gastas pelo tempo de memórias,

Ilusões perdidas, confinadas ao retiro.

Apática, deixa-se envolver na noite negra

Que se apaga por momentos,

E ali fica, quieta, perdida nesse cativo

Absurdo de saudade.

Isa Castro
Enviado por Isa Castro em 19/01/2007
Reeditado em 21/01/2007
Código do texto: T352721