Fim do poeta
Palavra de um ex-vivo
Da sua viciosa vida
Deixa esses simples versos
Sem heróis sem quimeras
Sobre o túmulo da saudade, amargura
Na noite fria, úmida pouco estrelada
Sem gritos, sem destino, sem cura
No deserto da noite, alma desvairada
Velando, agoniado, estremecia
Sustentava um triste amor, mortal
Eis agora no corpo a dor infernal
Envolvido, pela fúnebre escuridão, gemia
Infeliz lembrança causa horrores
Como o espinho do medo
Cravado no peito, causa ainda dores
Coberto de lama apodrecera
Desgraçado moribundo
Esquecido assim, agora jaz
(amos)