Fim do poeta

Palavra de um ex-vivo

Da sua viciosa vida

Deixa esses simples versos

Sem heróis sem quimeras

Sobre o túmulo da saudade, amargura

Na noite fria, úmida pouco estrelada

Sem gritos, sem destino, sem cura

No deserto da noite, alma desvairada

Velando, agoniado, estremecia

Sustentava um triste amor, mortal

Eis agora no corpo a dor infernal

Envolvido, pela fúnebre escuridão, gemia

Infeliz lembrança causa horrores

Como o espinho do medo

Cravado no peito, causa ainda dores

Coberto de lama apodrecera

Desgraçado moribundo

Esquecido assim, agora jaz

(amos)

Amos
Enviado por Amos em 26/02/2012
Código do texto: T3521960