ERA TÃO VERDE A MINHA TERRA

GILBERTO BRAZ ALMEIDA

Tudo era verde na minha terra.

Os trovões eram como carrosséis

trepidando nos morros.

As enxadas degradavam ruidosamente

arredondadas pedras milenares.

Os brados dos roceiros varavam

pesadas nuvens no céu

e as chuvas abençoadas

anunciavam felpudas contas bancárias.

Tudo era verde na minha terra.

As minas d’água borbulhavam

nas fraldas das ribanceiras.

Os matagais não paravam

de crescer no cafezal,

os seleiros se abarrotavam

até o teto de imensa fartura.

Tudo era verde na minha terra.

As saracuras brejeiras

Anunciavam dias e noites chuvosas.

Os riachos bufavam com as cheias

e a vida se perpetuava no meu rincão.

gilbapoeta
Enviado por gilbapoeta em 25/02/2012
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