Data errada
Ossos secos na terra em que nada cresce.
O frio, a ventania, tudo os empalhece.
Já se foi o tempo onde tudo era vivo,
suas cores, seus modos de vida.
Mas nada se aproveitou, o tudo se fez
e tudo se acabou. Nada mais restou?
Agora a zomba do tempo é mais forte
e vem à tona saudades do verão.
Não se pode fazer tudo igual,
achar que as reações serão iguais.
Só desejam esquecer o verão,
nada a se lembrar deste passado, que passou?
Velhos poetas, tragam a luz?
Pois o candelário destes pobres se apagou.
Tragam também outro calor, outro verão,
para novamente se perderem.