Me avance a onde não há distância.

Confesso:

a agonia me vira ao avesso.

Te peço:

que seja isso só o começo.

Que espere.

Um pouco que seja,

porque nenhum outro te deseja

o tanto quanto desejo.

Não esqueço:

a linda,

a vinda e ida.

Nosso último beijo de última hora

e o primeiro de despedida.

e então vim embora.

Com lágrimas,

que agora são páginas e páginas de lástimas.

Ah... sem mais "e se, mas..."

Eu tenho a dádiva de dar-te a... verdade!

Pois metade da alma...

está calma por lembrar de quando contigo estive.

E a outra metade? Não quero te enganar: não vive.

Te ter, foi o mais perto e o mais longe, literalmente:

de amor.

Mas de amor não se fala, canta, ou escreve e sim se sente:

a dor.

Não escrevo nada que não seja real.

Porque cansei de dizer que estou bem, quando estou mal.

Manhã de sábado que te escrevo,

afinal...

penso de ti desde o começo do dia,

ao final.

Brincando com as palavras que me distraio,

e a minha tristeza? Traio.

tentando a expor com beleza,

mas caio em lágrimas de novo,

porque para se apresentar apaixonado não precisa de ensaio.

Queria

olhar no teu olhar,

e sentir o teu cheiro.

Mas por hora só posso prosar

e ao menos tentar provar,

que isso não foi passageiro.

Ao menos tentar provar

que é sim, verdadeiro.

Só te peço pra esperar...

pois me entrego pra ti, por inteiro.

Rimas bobas para algo tão forte,

um no sul e outro no "norte".

É um corte no meu peito,

Saber que a distância nos faz distantes dela:

a sorte.

Não há música que ouço que não me lembre nós.

Não há música que ouço, que seja como tua voz.

Mas confesso que gosto de ficar com a saudade, a sós.

Porque não há outro jeito a não ser pensar no "após".

E o após pra mim, só me imagino contigo.

E por enquanto é um caminho sozinho que sigo,

E, pra variar, nem dormir mais eu consigo.

Não quero que sinta pena quanto tudo isso te digo, viu?

Quero apenas que me espere, porque eu ainda ligo, viu?

Foram mil caminhos até chegar até a ti...

Mil caminhos que faria de novo, minha bela.

Porque a vida que tive aí, aqui se congela.

Não há nada que possa ser feito

a não ser,

ver tua imagem na tela.

Tuas fotos na mão,

ao fundo uma nostálgica e triste canção.

Lembrando de cada pequeno detalhe,

(e, sim, cada detalhe me valhe)

e o meu cinzeiro fica já cheio, então.

Tranco a respiração e, não,

não tenho medo de ficar aqui exposto

por dizer que por ti, me encho de lágrimas o rosto.

Enfim, estou falando demais pra resumir o que um apaixonado proclama:

- Por tudo que tivemos, por tudo o que fomos, esse tolo aqui ainda te ama.

Cada vez mais,

mas cada vez menos perto.

Pelo menos eu acho certo

não deixar que tu não saiba

de que mesmo distante demais,

São, 3000 quilômetros, pra mais,

mas que nunca apagarão histórias reais.

Afinal não fomos nós que botamos os pontos finais.

Tudo tem seu tempo, e o nosso não acabou.

E, ei! Ninguém vai te amar como amo, e como vou.

Icaro Fontoura
Enviado por Icaro Fontoura em 18/02/2012
Código do texto: T3506058
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